domingo, 20 de fevereiro de 2011

Sermão da Epifânia (ou do Evangelho)

            Belíssima e genuína peça da oratória de Vieira, pregada na Capela Real, em Lisboa, no dia de Reis de 12  em que se comemora a festa da Igreja em homenagem aos Reis Magos  logo após a chegada do padre à capital do reino  o sermão da Epifânia revela-nos um Antônio Vieira causídico, autêntico discípulo de Cícero, manejando com muita habilidade os argumentos a favor das missões jesuíticas, invocando a memória de seu grande amigo, protetor das missões, e de si mesmo  o falecido rei D. João IV  que tanta falta lhe iria fazer, normente agora, após a sua expulsão do Maranhão pelos colonos. E esta violência seria a primeira de uma série que se iria prolongar, porquanto os ventos passaram a ser contrários ao grande jesuíta. Com a mudança de governo, Antônio Vieira acabaria por ser deportado para a cidade do Porto, de onde respondeu às acusações apresentadas pelos colonos de São Luís, cuja consequência foi a provação do poder temporal dos jesuítas, e a proibição de Vieira  e só ele  retornar à sua província. Logo se seguiria o longo processo movido pela Inquisição ( a sua defesa é outra peça de invulgar valor), pelo qual acabou condenado a quatro anos de cárcere, dos quais cumpriu pouco mais da metade, nas instalações da companhia em Coimbra.
(texto retirado do livro)

Um comentário: